segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Transformando-se em não-humano

Criou um perfil para sua empresa e só percebeu agora que devia ter criado uma fanpage? Agora o perfil pessoal da sua empresa está com mais de 1000 amigos enquanto a fanpage não conseguiu 15 fãs ainda? Ok, o Facebook te dá uma mãozinha.

Assim como existe a página para criação de fanpages, também existe uma para migração de perfil pessoal para fanpage. E isso é definitivamente uma benção. Já tinha ouvido falar, mas nunca tinha acessado. Eis aqui o link e aproveite-o com sabedoria: https://www.facebook.com/pages/create.php?migrate

Página destinada à migração de perfil pessoal para fanpage.

A própria página alerta que só serão migrados a foto do perfil e os amigos. No caso, os outros conteúdos como fotos, vídeos e mensagens do mural serão perdidos no processo, por isso atenção ao backup. Em todo caso, conforme o post anterior: pessoas tem amigos, não-humanos tem fãs. Vamos colocar os não-humanos no seu devido lugar, principalmente agora com essa ajuda.

sábado, 6 de agosto de 2011

Não-humanos não são amigos

Você chama um produto pra ir ao cinema? Ou combina de ir almoçar com um serviço? Mas você já deve ter adicionado uma empresa como amiga no Facebook. É mais mérito, ou culpa, dela do que sua.


Numa manhã de um dia qualquer você abre sua conta do Facebook e vê que uma boutique de roupas quer ser sua amiga. Você não entende muito bem o propósito, nem exatamente como ela chegou até ali, mas aceita para não ficar sem graça. Poderia ser uma estratégia ousada ou uma abordagem inusitada, mas em geral é pura falta de informação. Muitas empresas, quando resolvem chegar nas redes sociais, chegam zoando mesmo como se chegassem de bermuda e chinelo no casamento.

A questão vai além de adicionar como amigo ou não, afinal o que importa aqui é a postura do não-humano num site de rede social, principalmente em sites como o Facebook que tem ferramentas desenvolvidas especificamente para perfis desse tipo. Pessoas tem amigos, não-humanos tem fãs.

Perfil pessoal de Mark Zuckerberg.
Fanpage da figura pública Mark Zuckerberg, criador do Facebook.

E o que é um não-humano? Seria tudo aquilo que poderia ter um perfil nos sites de redes sociais, que pudesse reunir, agrupar e/ou mobilizar pessoas e não fosse exatamente um perfil pessoal. Por exemplo: empresas, produtos/serviços, campanhas, bandas, figuras públicas, artistas, causas, ONGs, times, entre outros. Prova de que essa estrutura foi pensada dentro do Facebook é que o perfil de usuário comum suporta 5000 amigos enquanto uma fanpage pode ter um número ilimitado de fãs.

Recentemente, uma declaração do Google sobre fanpages e aplicativos no Google+ utilizou o termo para justificar a exclusão de perfis de algumas empresas e explicar que a equipe de desenvolvimento se preocupa em criar caminhos para esse tipo de perfil em breve. Ao final do post, o termo, que para mim ainda era desconhecido, proporcionou-me um entendimento muito maior sobre esse tema. Você pode seguir um não-humano no Twitter para receber mais informações sobre um assunto específico, isso não configura propriamente uma relação de amizade. Já adicionar um não-humano como amigo no Facebook não faz sentido, curtir sua fanpage sim.

Pode-se entender essa prática como uma herança maldita do Orkut, dos tempos em que era parte, quase obrigatória, da estratégia de presença digital abrir um perfil e uma comunidade da marca, mesmo que sem um propósito aparente.

É importante estar alinhado com a ferramenta em questão para interagir da melhor forma nas redes sociais. Há uma série de benefícios que se pode listar no uso de fanpages no Facebook, seguem alguns exemplos:

  • número ilimitado de fãs, como já foi citado anteriormente;
  • endereço simplificado, disponível a partir de 25 fãs (facebook.com/nomedapagina);
  • postagens de mural que chegam até a timeline dos fãs, gerando possibilidade de interação;
  • recursos padrão de vídeos, fotos, eventos;
  • abas customizadas com conteúdo alternativo;
  • instalação de aplicativos para incrementar a página;
  • marcação nos perfis de pessoas pelo preenchimento com recurso de auto-completar;
  • check-ins pelo facebook places através da especificação de um endereço;
  • acesso público sem necessidade de estar logado ao facebook.

Estar de acordo com as boas práticas e os regulamentos dos sites e ferramentas de redes sociais não é só uma questão de bom comportamento, mas de bom senso. Informações ligeiramente organizadas geram ambientes mais desenvolvidos e mesmo com sistemas bem intuitivos, o usuário carrega uma parcela de responsabilidade na forma de utilização, principalmente se está utilizando os mecanismos para fins comerciais.

PS: Para criar uma fanpage no Facebook, acesse http://www.facebook.com/pages/create.php

domingo, 24 de julho de 2011

Orkutização

Começou como uma brincadeira de Twitter mas acabou virando um termo bem utilizado para explicar um fenômeno das redes sociais. Orkutizar obviamente veio com o nome do site e indica que algo está tomando as características do Orkut. Algumas que levam ao emprego desse verbo são a massificação, uso pelo mainstream, alta ocorrência de erros de português, alto grau de vergonha alheia e uso das ferramentas disponíveis de forma indevida (como mandar recados privados pelos depoimentos).


Interface do Orkut no início.

O Orkut no início era hit, poucas pessoas tinham acesso e o uso era muito mais próximo do que idealizava a equipe de desenvolvimento. As pessoas debatiam assuntos nas comunidades, as mensagens serviam para se comunicar, o mural de recados era relativamente discreto, as pessoas usavam bem o mecanismo. Mas uma série de acontecimentos levou os brasileiros a participarem cada vez mais, o site foi se adaptando à nova cultura dominante do serviço e nunca mais foi o mesmo. Virou sinônimo de chacota, embora ainda seja o site de rede social com maior numero de usuários registrados no Brasil.

Twitter gerando pérolas. (http://www.perolasdotwitter.com.br/)

O Twitter veio mais tarde, em 2007. Com uma proposta aparentemente sem graça, de escrever com apenas 140 caracteres o que você estava fazendo, logo ganhou a simpatia de alguns visionários. Foi utilizado de forma pioneira para acompanhar opiniões em tempo real de quem assistia a eventos ou programas específicos, ajudando inclusive na divulgação mundo afora. Isso aconteceu graças a uma ferramenta de busca que mais tarde foi incorporada ao serviço, o que estimulou a popularização dos tão cobiçados Trending Topics. E não demorou muito para o mainstream invadir o twitter, forçando trending topics, fazendo scripts para ganhar seguidores, fazendo spam, espalhando virus, gerando pérolas para sites de humor através de erros grotescos de grafia e mensagens sem sentido, entre outros. Orkutizou.

Embora o Facebook esteja controlando nas rédeas o mainstream, administrando o crescimento, muitos apontam que o maior site de rede social do mundo está orkutizando. Por maior controle que se deseje ter do mecanismo, a cultura adquirida da comunidade que usa o serviço acaba imperando. Logo, com esse crescimento estrondoso do Facebook, inclusive no Brasil, a expectativa é de que vai orkutizar.

Vendo tudo acontecer tão depressa, fica cada vez mais complicado identificar a fase de maturidade de um serviço que tenha como base as redes sociais. Os usuários estão cada vez mais ágeis em fazer novos cadastros e descobrir novos mecanismos, mesmo aqueles que foram contemplados com os incentivos, politicos ou não, da inclusão digital.

Embora mais ávidos por novidades, a questão do orkutizar não repousa necessariamente nas aptidões técnicas, mas principalmente no conceito de bom-senso que o usuário traz à rede. Muitas vezes toda a netiqueta construída ao longo dos anos pelas comunidades originais da internet está sendo abandonada, dando possibilidade de orkutizações cada vez mais velozes e mais chocantes. Lembrando de uma frase do filme Evolução (2001), nem sempre a espécie mais inteligente vira a dominante. E quem será a próxima vítima da orkutização?

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Google+ nāo é só mais um.


A última semana mexeu com os sentimentos de muita gente com o lançamento do Google+ (Google Plus), espalhando euforia, curiosidade e desconfiança pela rede. Porém, antes de olhar os recursos, vamos olhar a proposta do novo serviço do Google.

Vi muitos comentários do tipo 'vai se juntar ao Buzz e Wave no hall de fracassos'. Na verdade a comparação não é tão válida porque aquelas eram basicamente novas ferramentas enquanto o Plus é uma plataforma. É um local de encontro dos serviços do Google, uma evolução do Google Profiles que vai potencializar o Google Contacts, dar mais força ao Picasa e ao Google Talk, vai colaborar com a qualificação e o compatilhamento da busca orgânica e poderá realizar uma série de e-se's que esbarravam na falta de uma melhor integração dos serviços.

Sobre monetização, os links patrocinados do Google já fazem um estrondoso sucesso. É cedo para falar de fanpages, mas o Google Places já abriga páginas sobre lugares vinculados ao Google Maps permitindo avaliação e comentário sobre os estabelecimentos com recurso de check-in.


Sobre o potencial mobile, o aplicativo para Android é bem interligado com o sistema operacional, já prospectando uma nativa integração nos smartphones e tablets. Ainda vale lembrar que já foi lançado no mercado pela Samsung o primeiro notebook com o ChromeOS, o sistema operacional baseado na tecnologia do Google Chrome.


Todos falam do potencial do Facebook, mas pra quem o usava antes de 2009 ou antes do FarmVille, sabe que não era tão diferente do que o Plus apresenta hoje. É bom salientar que ainda é a versão de testes, ninguém precisa entrar lá se não quiser. O Google está ciente e monitorando a opinião dos envolvidos.


E se fosse realmente só o lançamento de uma nova ferramenta, o Google não se comprometeria tanto a ponto de mudar o design dos produtos que carregam diretamente a sua marca. A barra superior preta combinando com o vermelho e cinza no fundo branco já fazem parte da nossa rotina no Google Search, Google Maps, Google Calendar, entre outros.


O principal ponto não é ver o que tem hoje mas sim o que ele pode ter para frente. O Plus vai continuar exisitindo independente das pessoas postarem ou não no stream. Também não imagino que o foco seja recuperar o público que fugiu do orkut para o facebook, isso daria um outro post completo.


E sobre os novos recursos, pode-se saber mais sobre assistindo os vídeos abaixo.






domingo, 10 de janeiro de 2010

Na despedida fica alguma coisa 'em potencial'




O desejo de fazer a graduação em Publicidade e Propaganda é algo que raramente tem um bom embasamento quando se está cursando o ensino médio, apenas é legal ou massa. Passei esse período todo pensando em fazer Desenho Industrial. No terceirão, analisando os sites que já fazia naquela época, na st@rt online, fui tomado de uma vontade de estudar publicidade para aprimorar-me no lado social da comunicação.

Prestei vestibular na UFPR e não consegui. Então prestei na UNICENTRO e consegui. Antes que alguém pergunte.. UNICENTRO não é uma faculdade particular, é a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, que não fica no centro-oeste, mas em Guarapuava-PR, no centro-sul do estado.

Lá fiz minha graduação em Publicidade e Propaganda. Aprendi que Guarapuava era mais do que um buraco (que todos novos universitários comentavam), na verdade era um poço... de oportunidades. Ora, onde não existe nada, existe alguma coisa em potencial. Porém, com um discurso desses, ser chamado de 'loco' é pouco (até que loco em Guarapuava não é algo ruim, todo mundo se chama de 'loco(a) do céu').

Comecei a trabalhar essa locura na Klara, um projeto de inovação tecnológica incubado na INTEG, com o Leandro e a Manu. Nesse mesmo período um trabalho de faculdade foi aprovado para a campanha do vestibular da unicentro, em veiculação nacional, feito em dupla com o Rogério. Vale lembrar o trabalho da 'Fanta Uva' e do 'Pah! Notícias' feitos com o Bronson, inspiradores. Depois de quase dois anos, encerramos o projeto carregando uma vasta experiência e aflorando o sentimento de fazer diferente.

No final de 2006, achei outros locos para compartilhar a minha locura novamente. Chamou-se i9. Fazer algo diferente que Guarapuava não tivesse visto ainda. Buscar soluções em comunicação que as pessoas olhassem e pensassem: 'Ohssa!'. Proporcionar mais proveito da comunicação às empresas. Apresentar o conceito de comunicação integrada e desprender a idéia de que comunicação empresarial é apenas propaganda. Fomos chamados de 'românticos', mas faz sentido quando se tem amor no que faz. E de lá pra cá foi dia após dia de superação, de inovação, de intra-empreendedorismo, de passar pela sensação de fazer parte da equipe que está jogando a final da copa do mundo contra si própria. E a galera? Elodir, Renata, Zézão, Malu, Paulo, Thalita, Regina, Brauller, Tati, Poly, Marlus, Mateus, Patricia, Angeli, Renan, Monica, Fernando, Hindu, Milena, Leandro, Pimpão, Talita, Rodrigo, IgorEros e Jean. Valeu!




E agora, no início de 2010, parto para um novo desafio em Curitiba. Tenho certeza que toda locura de Guarapuava me ajudou e ainda me inspira nesses novos passos. Porque isso não é uma mania ou uma birra, é um ideal. Onde não existe nada, existe alguma coisa em potencial. Onde existe alguma coisa, ainda existe alguma coisa melhor em potencial. E assim por diante. :)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Exemplo prático de UGC

UGC é um acrônimo para User Generated Content, Conteúdo Gerado pelo Usuário. Pelas versões que esse vídeo ganhou pela internet afora é perigoso disputar o vídeo do ano no VMB.

Vi o twitt do @Marcello_Serpa e fui clicar para descobrir o que era tão engraçado:



Descobri isso aqui:



Depois ampliei minha pesquisa no youtube e achei esses daqui.

































Essa onda de criatividade que os usuários têm em clusters é impressionante. Perceba o volume de conteúdo editado para puro entretenimento. Como pensa o Jenkins, imagine se boa parte de toda essa energia fosse canalizada para ter soluções para os problemas sócio-econômicos no nosso país?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

E-vangelização: a religião colaborativa

Sempre fui muito ligado à religião, tanto pela influência da família como pela minha participação em movimentos da igreja. Sou católico atuante e respeito o ecumenismo. Venho acompanhando e estudando os conceitos de web colaborativa há algum tempo, e não achei que toparia com um cruzamento tão claro da minha religião com o meu trabalho/estudo.

Certa vez li um um artigo sobre webart em que na introdução havia um trecho que falava sobre a possibilidade da era da imanência, sem hierarquias, acontecer na internet. Nesse cenário sem hierarquias, não havia então o topo máximo das hierarquias, que segundo o cristianismo é Deus. Apresentei um artigo de iniciação científica sobre webart e coloquei esse ponto na apresentação. Fui questionado por um pastor que rebateu meu argumento dizendo que existiam hierarquias na internet e cada indivíduo conectado transporta à rede, ao virtual, senão toda, pelo menos parte da sua identidade e das experiências reais, onde Deus continua existindo na internet.

A questão é: as palavras do pastor fazem sentido, principalmente hoje.

Vou puxar um exemplo prático: a Canção Nova. Com certeza há toda uma história por trás da proposta, do surgimento, da instalação na Cachoeira Paulista, da construção do rincão... mas eu chamo atenção para a sua comunicação.

Website da Canção Nova

Um dia minha mãe comentou que ia assistir a canção nova pela internet e me doeu no coração ter que falar '_Mãe, não tem como'. Mais tarde eu conheci o website da Canção Nova e pude observar que além da WebTV (ao vivo), existiam ainda: web-radio (ao vivo), espaço no second life, chat, blogs, rede social da própria canção nova e comunidades no orkut, além de outros recursos numa estrutura multilíngue. Fiquei boquiaberto, pensei: 'Se existe esse tamanho de oferta, é porque existe demanda'. E assistindo a própria tv (que pega melhor do que qualquer outro canal aberto por estas bandas) vi uma espécie de Departamento/Grupo de Pesquisa & Desenvolvimento elaborando novos produtos de comunicação para a Canção Nova na internet.

Twitter da Canção Nova

Toda essa estratégia de presença acompanhada de um trabalho de identidade visual, considerávelmente bom, permite que a marca desbrave uma evangelização via internet, de uma forma mais agradável, eficaz e eficiente do que os powerpoints religiosos que lotam nossas caixas de emails.

Inicialmente, eu subestimei os fiéis do cristianismo, mesmo sendo um, na propagação da mensagem via web. Lendo o livro do Henry Jenkins, Cultura da Convergência, observando e participando desse fenômeno, passa a fazer cada vez mais sentido palavras como comunidade, coletividade, colaboração e conhecimento.