domingo, 15 de junho de 2008

Se a web é um ambiente, tem arquitetura sim!

Na última semana estávamos envolvidos com a arquitetura de informação de 2 sites, um pela equipe efetiva da agência e a outra pela equipe trainee. São projetos com estilo, planejamento e com equipe diferentes, tendo em comum apenas eu como gerente do projeto. O mais interessante é que apesar de simultâneos e paralelos, os dois deram certo e ficaram muito bons, cada um com o seu objetivo.

Como eu sempre digo e acredito, arquitetura de informação é algo que aparentemente é um trabalho a mais no processo, uma perda de tempo, mas definitivamente não é. No início deste blog eu enfatizei a diferença entre projeto amador e profissional e acredito que uma parte significativa desta diferença está na arquitetura de informação.

Com a arquitetura de informação, tem-se um domínio do projeto, tanto do controle de qualidade como a prevenção de retrabalho. Nesses métodos para o projeto web, é muito importante pensar sempre no todo, no contexto, mas uma parte de cada vez.

Nos nossos projetos, sempre utilizamos uma base para levantar a arquitetura de informação: Sitegrama e Wireframes. Às vezes recorremos ao fluxograma, mas confesso que tanto como desenvolvedor e gerente de projeto, nem sempre todos os detalhes da disciplina de arquitetura de informação são aplicados, às vezes até pelo tempo de execução.

O sitegrama é uma espécie de organograma em que desenvolvemos toda a hierarquia do site. Costuma-se medir os níveis do site a partir da home, inclusive existe uma crendice (chamo de crendice mesmo) que diz sobre um bom site ter o seu conteúdo principal distribuído em 3 níveis, ou seja, especificado em 3 cliques a partir da home. Acredite se quiserem, faz algum sentido.

Geralmente os nossos sitegramas são um pouco mais complexos do que encontramos nas pesquisas na internet. Detalhamos: as possíveis conexões com banco de dados, entrada de informações no banco dados a partir do usuário, envio de informações via email, sessão gerenciadas por CMS, ampliação de sitegramas (no caso de subsites ou hotsites), etc. Em cima desse esquema, vamos trabalhar os wireframes.

O wireframe é a planta baixa do site. Tudo o que existirá com relação usabilidade e conteúdo estará presente no wireframe, já no lugar que ocupará no website. Em outras palavras, vamos fazer o esqueleto, alguns órgãos vitais, mas só mexeremos na pele, na aparência, nas vestimentas e no discursos na próxima etapa de Layout e Conteúdo.

Algumas curiosidades:
  • No lugar de texto, utilizamos o Lorem Ipsum
  • No lugar de imagens e animação, utilizamos um 'X', na mesma proporção
  • Não utilizamos cores, apenas sobretons de cinza
  • Não pré-determinamos fontes, utiliza-se uma para todo o wireframe.
  • Cada sessão do sitegrama tem um wireframe correspondente
  • Todos os wireframes são reunidos no flash para serem linkados com botões, proporcionando a sensação de usabilidade do projeto.
Depois de finalizada a arquitetura de informação, apresentamos para o cliente. A importância dessa etapa é evitar o retrabalho com o layout e ter mais propriedade na aplicação do que foi planejado. Não importa se o projeto seja um site de 5 sessões, uma intranet ou um megaportal. Não dá para abrir mão de ferramentas tão importantes.

Se houver crítica ou sugestões nesse processo da arquitetura de informação, por favor, sinta-se a vontade nos comentários.

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